Cansados das dificuldades e do descaso impostos pela BRISANET durante as Negociações Salariais deste ano, onde a empresa, além de desprezar totalmente o Acordo Coletivo 2024/2025, também colocou seus trabalhadores de escanteio, o Sinttel/RN e Sinttel/CE resolveram dar amplo conhecimento da resposta que as entidades deram à péssima proposta apresentada pela empresa na última reunião, que aconteceu de forma presencial no dia 28 de novembro, em Natal/ RN.
O documento, que foi encaminhado ao Presidente da BRISANET, José Roberto Nogueira, seguiu com cópia para a Comissão de Negociação e Diretoria da empresa, bem como para outras entidades e instituições. No referido documento está formalizada a resposta dos Sindicatos (do Ceará e Rio Grande do Norte) à proposta, como também uma análise resumo da referida proposta, justificando assim a não aprovação da mesma (ver abaixo).
EM 28.11 A EMPRESA OFERECEU:
1. Reajuste de 3,95% em janeiro sobre os salários, vales alimentação, auxílio creche e demais benefícios;
2. Abono de R$ 400,00, proporcional ao tempo trabalhado em 2024, a ser pago em dezembro/2024;
3. Isenção da coparticipação na mensalidade do plano de saúde só para quem trabalha no campo;
4. Reajuste do piso salarial 1: 6,2% em janeiro;
5. Reajuste do piso salarial 2: 3,95% em janeiro.
ANÁLISE RESUMO DA PROPOSTA ACIMA APRESENTADA PELA BRISANET:
>> Inexplicavelmente não traz aumento real do que significou o crescimento excepcional dessa empresa nos últimos anos. Aliás, tem Estado em que o vale refeição já é R$ 25,00 (vinte e cinco reais) por dia trabalhado, ao passo que nos Estados do CE e do RN os vales alimentação, com esse reajuste, não chega ao valor de R$ 24,00 (vinte e quatro reais).
>> O abono oferecido refere-se à indenização pela postergação da aplicação do reajuste de 3,95% sobre os salários e benefícios por 4 meses subsequente à data base de 1º de setembro. Logo, por 4 meses, sem maiores justificativas, a empresa deixará de recolher encargos sociais, impostos, imposto de renda etc, numa proporção de economia de R$ 1,00 (um real) para R$ 4,00 (quatro reais), segundo os próprios representantes da Brisanet em reunião de negociação.
>> Em sendo assim, citamos um exemplo a grosso modo: um salário médio de R$ 2.000,00 (dois mil reais), e arredondando-se de 3,95% para 4% teríamos o valor de R$ 320,00 (R$ 80,00 x 4 meses) em contraposição à R$ 1.280,00. Portanto, desconhecendo a apropriação da mais valia nesses moldes injustificados, entendemos que essa proposta de abono indenizatório é descabida e injusta.
>> Não é justo haver discriminação de salário entre os trabalhadores que atuam no Interior e os que atuam na Capital, operando as mesmas atividades laborais. É como se fosse possível considerar que, para ir ao campo fosse secundário os trabalhadores que fazem a retaguarda de ida e volta.
>> Reajuste ao piso salarial 1 (interior) é enganoso e fictício, pois segundo a grande imprensa, o valor do salário mínimo previsto para janeiro/2025 será R$ 1.525,00. Portanto, com esse percentual oferecido pela empresa, o piso salarial ficará menor que o novo salário mínimo.
>> Reajuste do piso 2 (capital), conforme comentamos acima, não traz nenhum ganho real, apenas a recomposição do valor da moeda.
>> Enfim, por entendermos que os trabalhadores que se esforçaram, dando o melhor de si levaram a empresa ao pódio da glória e do sucesso, merecem uma proposta digna por parte da Brisanet, em 28/11 passado, rejeitamos por unanimidade a proposta acima elencada e apresentamos uma contraproposta que merece a especial atenção dessa Presidência e demais Diretores, o mais breve possível.
CONTRAPROPOSTA DOS SINDICATOS DO RN E DO CE
1. Reajuste de 5,95% (INPC + ganho real de 2%) aos salários, em janeiro;
2. Vale alimentação: 30,00/dia, a partir de janeiro, inclusive nas férias, licença maternidade, licença por doença e acidente do trabalho;
3. Piso salarial 1 (interior): R$ 1.515,00 + R$ 50,00, em janeiro;
4. Piso salarial 2 (capital): 5,95% (INPC e ganho real) em janeiro;
5. Auxílio creche: para homes e mulheres com filhos de zero a 3 anos de idade;
6. Plano de saúde: a partir de abril, isenção da coparticipação da mensalidade para todos os trabalhadores;
7. Redução de jornada de trabalho;
8. Avanço na relação sindical;
9. Melhores condições de trabalho no campo;
10. Cumprimento integral do Anexo II da NR 17 que regula a jornada especial, pausas e condições de trabalho nos call centers;
11. Abono indenizatório de R$ 900,00 (novecentos reais) para compensar a postergação do aumento dos salários e dos benefícios em janeiro/2025, para todos os trabalhadores.
Como visto acima, a proposta feita pelos representantes da Empresa frusta os seus empregados e se distancia em muito de uma proposta minimamente satisfatória, em contraposição do que foi o seu real desempenho em termos de crescimento excepcional, estampados nos mais diversos veículos de comunicação, incluindo a publicação dos seus resultados financeiros e investimentos, sem se falar nos gastos com mídia e patrocínios milionários.
Vale ressaltar que a contraproposta dos Sindicatos do CE e RN tem adesão e apoio dos Sindicatos dos Estados de Alagoas, Bahia, Piauí, Paraíba e Sergipe, vez que a proposta formalizada pela BRISANET é exatamente a mesma para todos os Estados.
Ainda sobre o assunto, destaca-se que foram realizadas até então três reuniões de negociação (sendo duas virtuais e uma presencial) entre os representantes da empresa e dos Sindicatos laborais, onde foi reiterado, por diversas vezes, pelos Sindicatos, a formalização do processo negocial e respectivos compromissos firmados de parte, isso não se concretizou. O que leva a crer, que se trate apenas de excesso de atividades e não de uma estratégia negligente.
Cabe agora aguardar uma resposta da empresa e dos órgãos competentes para um desfecho digno e justo para os trabalhadores do Ceará e Rio Grande do Norte.
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