O fosso digital entre os chamados países desenvolvidos e os em desenvolvimento está aumentando, criando uma nova forma de dominação. Esse fosso sofre variações levando em conta fatores como renda, cor e gênero. Estudos internacionais têm demonstrado que o hiato de gênero é especialmente grande no Sul e Oeste da Ásia, onde duas em cada três pessoas que não sabem ler são mulheres jovens. No Brasil, embora ainda haja muito a conquistar, os dados da última PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) mostram que as mulheres têm obtido avanços importantes, na última década, nos campos da educação e do acesso digital.
De acordo com a Pesquisa, do total de cerca de 5 milhões de jovens entre 15 e 17 anos que frequentavam o ensino médio em 2013, 54,7% eram mulheres. Elas também são a maioria entre os brasileiros que acessam a Internet – 45 milhões, seguidas por 41,7 milhões de homens. Ambos mostraram aumento em comparação a 2012: 43,3 milhões e 40,8 milhões, respectivamente.
Muito tem se repetido, com razão, que a banda larga tem um poder real para fomentar o desenvolvimento mundial e, em particular, obter melhores resultados em áreas como saúde, educação e segurança.
Com base em dados de uso da Internet, a UIT (União Internacional de Telecomunicações) estimou que em 2013 havia em todo o mundo 1,3 bilhão de usuários de internet do sexo feminino, em comparação com 1,5 bilhão de homens e meninos on-line , o equivalente a uma lacuna global de cerca de 200 milhões a menos de mulheres e meninas online. Esta disparidade entre os sexos é mais pronunciada no mundo em desenvolvimento, onde 16% menos mulheres do que homens usaram a Internet, em comparação com apenas 2% menos mulheres do que homens no mundo desenvolvido (UIT , 2013) .
A pesquisa da UIT sugere que, em muitos países, as mulheres estão chegando ao mundo on-line de forma mais lenta e mais tarde do que homens, afetando a capacidade das mulheres para usar a Internet, para acessar informações e desenvolver as vitais competências em TICs, necessárias para participar em pé de igualdade com os homens na economia digital. Sem ação coordenada entre os vários setores, será difícil eliminar o fosso digital de gênero.
A igualdade de gênero no acesso à banda larga é essencial para o empoderamento das mulheres e meninas na aquisição de competências em TICs e empregos mais bem pagos. O acesso à informação contribui para corrigir algumas das desigualdades que enfrentam nas suas vidas cotidianas. Se as mulheres e as meninas são impedidas de desfrutar do mesmo acesso às TICs, podem encontrar-se em uma séria desvantagem para tornarem-se plenamente alfabetizadas, aprendendo a exercer os seus direitos, participando de processos de formulação de políticas e acesso a empregos qualificados.
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