Todo mundo sabe que Neymar ganha uma fortuna. O que ninguém sabe é que um grupo de pernas de pau ganha salários ainda maiores que o craque brasileiro. São os altos executivos do setor de telecom, cuja remuneração anual é de R$ 7 milhões na Vivo, R$ 8 milhões na TIM e R$ 15 milhões na Oi. Na Claro, o mistério continua.
A descoberta desses altíssimos salários só foi possível após a derrubada de uma liminar que permitia a várias empresas omitirem o acesso às informações salariais dos executivos. E enquanto esse grupo de privilegiados esbanja milhões, os trabalhadores vêm sua renda piorar a cada ano.
Entre 2015 e 2017 as operadoras registraram uma receita líquida de R$ 360,74 bilhões, a partir do esforço dos trabalhadores. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi, no mesmo período, de 108,87 bilhões de reais. Já os trabalhadores efetivos das operadoras acumulam perdas salariais, recebendo reajustes abaixo do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
O piso salarial em todas elas é de cerca de R$ 1.500. O nível de terceirização é enorme. Na Oi, toda a rede externa é terceirizada, com salários e benefícios baixíssimos.
Os call centers que atendem às operadoras pagam salários ridículos. Em muitos casos querem impor, mesmo de forma inconstitucional, valores abaixo do salário mínimo.
Ao mesmo tempo, faltam investimentos em banda larga. Apenas em 5% da rede externa foi implantada fibra ótica. Há mais de duas mil cidades nas quais a banda larga não atinge cinco mega bits por segundo. A densidade (número de acessos por 100 habitantes) de banda larga fixa é de 13%, o que significa que de cada 100 pessoas somente 13 têm direito a esse serviço.
São dados que comprovam, mais uma vez, o descaso das operadoras com os seus trabalhadores, o país, e sua total falta de compromisso com políticas públicas que universalizem as telecomunicações.
Por Instituto Telecom
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