Há 11 anos a Teléfonos de México S.A (Telmex), adquiriu o controle acionário da Embratel, empresa que era sinônimo de modernidade e progresso quando estatal. Convenientemente, o Grupo Telmex manteve a marca, considerando a importância da Embratel no mercado nacional. Em 2014, o Grupo concluiu a fusão da Embratel, Net e Claro em uma única empresa, a Claro Telecom, controladora da Claro S.A.
E qual tem sido o comportamento desse grupo?
Do lado financeiro, um dos homens mais ricos do mundo e dono da Telmex, o mexicano Carlos Slim, está rindo à toa. Em 2014, a receita líquida do Grupo em toda a América Latina, América Central e Caribe foi de cerca de US$ 60 bilhões, ou R$ 240 bilhões. Metade dessa receita veio do Brasil, “apenas” R$ 120 bilhões. O lucro total do Grupo Claro foi de US$ 3 bilhões ou cerca de R$ 12 bilhões.
A América Móvil, ou Grupo Claro, é a principal operadora de celular da América Latina. Junto com a Telefônica, controlam mais de 70% dos celulares da América Latina.
No Brasil, o Grupo Claro, a Oi e a Telefônica detêm mais de 80% de toda a banda larga fixa. Em março de 2011 o Grupo Claro foi escolhido como patrocinador exclusivo dos Jogos Olímpicos Rio 2016, no setor de telecomunicações.
Parece uma maravilha. Porém, quando se olha do ponto de vista do usuário e dos trabalhadores do setor, a situação é altamente adversa – o setor de telecomunicações é um dos mais reclamados em relação aos serviços prestados.
Com os trabalhadores, o que ocorre é uma verdadeira tirania e uma postura antissindical. Em Congresso recente da UNI Global Union (UNI), entidade que representa mais de 20 milhões de trabalhadores e mais de 900 sindicatos em capacidade e serviços, os participantes denunciaram que o Grupo Claro não tem acordo coletivo assinado em praticamente nenhum país, à exceção do México e do Brasil. Demite e persegue trabalhadores em toda a sua área de atuação.
No Brasil, depois da fusão da ex-Embratel com a Claro, foram demitidos milhares de trabalhadores. E, agora, o Grupo quer cortar direitos e conquistas históricas dos que permaneceram e dos que ainda serão contratados.
O Instituto Telecom tem a clareza de que a partir da privatização do setor formou-se um oligopólio privado que quer dar as cartas no setor de telecomunicações no Brasil. E isso tem que ser combatido. Solidário aos usuários e aos trabalhadores do setor, o Instituto Telecom permanecerá denunciando todas as arbitrariedades cometidas e a destruição de uma empresa que já foi considerada um patrimônio nacional.
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