A cada semana a sociedade é surpreendida com mais uma medida de destruição do país promovida pelo governo golpista Temer. Além da entrega de ministérios a personagens que estariam muito melhor em Bangu I, a prisão de segurança máxima no Rio de Janeiro, ainda há as lamentáveis extinções e fusões, como o chamado Super Ministério criado com o fim do Ministério das Comunicações, agora parte do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações entregue ao ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
Alguém pode dizer que Kassab era ministro das Cidades no governo Dilma. E nós afirmamos que isto já era um erro. O que pensar de colocá-lo à frente de um Ministério estratégico para o desenvolvimento do país?
Uma das primeiras pistas sobre o que pensa o ministro do governo golpista acerca comunicações e da C&T no país foi dada na entrevista concedida por ele ao programa Palavras Cruzadas, da TV Brasil – é bom lembrar que Kassab administrou São Paulo por sete anos e se vangloria de que seu melhor projeto foi “a limpeza visual” da cidade, com a retirada de outdoors. Realmente, ficar sete anos à frente da maior Prefeitura do país e considerar este o seu melhor projeto, é reconhecer seu grau de incompetência.
Na entrevista, como era de se esperar num governo golpista, Kassab afirmou que a fusão trará um saldo positivo, com o enxugamento da máquina e, segundo ele, maior eficiência. Deixou claro que o objetivo é reduzir ao máximo as áreas de assessoramento, como jurídico, atendimento parlamentar, secretarias executivas.
Fez o discurso que é música para os representantes do mercado da radiodifusão e das telecomunicações. “Trazer segurança para o investidor. Incentivar a investir”. Disse que vai conseguir mais recursos para as comunicações (recursos da iniciativa privada), pesquisa (recursos do Tesouro), tecnologia e inovação. Nestes últimos, não soube dizer de onde virão os recursos.
Ameaçou uma grande conquista da sociedade, o Marco Civil da Internet. ” Todo grande projeto pode ser aperfeiçoado”. Aperfeiçoado para quem? Para os que combateram a sua aprovação e tentam, na regulamentação, mudar a essência da Lei.
Quando inquirido sobre a atualização do marco legal das comunicações, que é de 1962, afirmou de forma sarcástica: “é fundamental que avance. Tem que estabelecer uma proposta junto com o Congresso”. Ou seja, nada será feito em relação a democratizar os meios de comunicação.
Quanto à banda larga, disse que sua prioridade é a expansão, com a facilidade de acesso, custos e novas formas de financiamento. Ou seja: afirmou que fará, só não disse quando nem como. Sobre a banda larga em regime público, nem uma linha. Mas aí era querer de mais, já que está à frente do Ministério beijando as mãos da Rede Globo e das grandes operadoras de telecomunicações no Brasil.
O Instituto Telecom não reconhece nenhuma autoridade no ministro Kassab, assim como não reconhece legitimidade ao governo golpista de Temer que será a festa dos radiodifusores e das operadoras de telecomunicações. A única palavra cruzada que o atual governo usurpador sabe preencher tem cinco letras: golpe. E só a resistência da sociedade organizada poderá por fim a esse embuste.
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