O DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos produziu uma nota técnica para discutir os impactos da pandemia do coronavírus sobre a já combalida economia brasileira.
Segundo a nota, a aceleração do contágio do Coronavirus no Brasil ampliou o debate sobre o problema para além da perspectiva da saúde pública, incluindo os impactos econômicos e sociais provocados pela pandemia.
Após inúmeras pressões, e ainda com vários desencontros, foi lançado pelo governo federal um conjunto de medidas para lidar com a provável desaceleração da economia brasileira, já assistida em outros países. Como se sabe, o momento é extremamente preocupante, a ponto de uma das medidas profiláticas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o combate à doença ser o controle da circulação de pessoas, o que pode evoluir até para situações de quarentena, como observado na Itália. A economia brasileira poderá ser muito afetada, assim como a de outros países e a cadeia global de valores. O Brasil pode passar por nova recessão em 2020.
Entretanto, o pacote do governo é genérico, típico de construção de “última hora”, e parece subdimensionar o real impacto do coronavirus na já frágil economia brasileira. Insiste na pauta liberalizante e de contenção fiscal, ao contrário do resto do mundo. Além disso, foca em tentar aumentar a “renda disponível” das empresas, mas trata superficialmente dos trabalhadores formais, não garantindo estabilidade dos contratos. Ao mesmo tempo, trata de forma generalista os informais e a população mais vulnerável socialmente, expondo-os totalmente a uma conjuntura ainda mais desfavorável do que aquela em que vivem. É imperioso uma “correção de rota” nesse plano, especialmente porque é insuficiente para a complexidade do cenário que o país atravessará nos próximos meses. Este plano não estabiliza a economia e pode custar milhares de vidas.
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